quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"O engraçado é que é sério"

Fico alegre quando minha irmã volta pra casa. Mesmo debilitadinha igual está hoje, sei que está perto de mim.
Pelo que meus pais contaram, dessa vez algumas coisas doeram mais. Como se não bastasse a massacrante sessão de 6 horas na quimioterapia, uma visita deixou todo mundo balançado.
Há alguns anos atrás (não me lembro exatamente, mas acho que isso ocorreu entre 2007 e 2008), eu e uma turma de amigos, alguns vicentinos, outros integrantes de grupos de jovens da cidade, nos vestíamos de palhaço para fazer visitas ao Lar dos Idosos e aos doentes do hospital aqui de Carmo do Rio Claro. Era tudo muito simples, mas feito de todo o nosso coração. Eram tardes inexplicáveis de riso, diversão e muita cantoria junto daqueles que precisavam da nossa alegria. Meus pais e minha irmã acompanharam de perto o nosso trabalho que era inspirado nos magníficos Doutores da Alegria!
Os anos passaram, cada um tomou um rumo diferente e os nossos doutores da alegria pararam de se reunir. Ficaram as ótimas lembranças. 
Assim que minha irmã iniciou tratamento, ficamos sabendo que o grupo oficial dos Doutores da Alegria prestava serviço no Boldrini. Pensei comigo: não quero dar de cara com eles pelos corredores deste hospital. 
Antes tinha muita vontade de ver de perto, de participar de verdade. Uma vez cheguei até a pensar em montar um grupo para visitar a ala infantil do Hospital Regional do Câncer de Passos. Mas agora era diferente, minha única irmã estava no meio. Não seria uma voluntária, seria a paciente e por este motivo não queria vê-los ali. Jamais imaginei que essa situação fosse chegar. Mas ela chegou.
Na tarde de ontem, enquanto minha irmã fazia quimioterapia em Campinas, os Doutores da Alegria entraram na sala e o choro tomou conta do meu pai, da minha mãe e da minha irmã. 
Aquelas pessoas desconhecidas brincaram e arrancaram um sorriso da minha irmã, deitada em um leito de hospital, assim como eu tentei fazer um dia com pessoas que também não conhecida. Brincaram e tiraram fotos com meus pais assim como eu e meus amigos fizemos um dia.
Quando a Bruna me contou isso hoje ao chegar em casa, engoli seco, sem saber o que dizer. Mas quis chorar na hora. A vida é mesmo muito louca, jamais sabemos o que nos espera no futuro. 
Por isso, faça sempre o bem sem pensar a quem... nunca se sabe quando vamos precisar.


Um comentário:

  1. Oi Rúbia, tenho sido relapso em participar do blog, mas é que estamos em fim de bimestre e tudo fica mais corrido, o tempo parece não ser suficiente.
    Hoje entrei e li todos os posts que ainda não tinha lido, primeiro me preocupei, depois fiquei esperançoso e finalmente me emocionei.
    Acredito muito que temos que fazer o bem sem olhar a quem, mas é muito melhor fazer àqueles que merecem e que realmente querem e por esse motivo sabe que mesmo que não seja muito frequente aqui pode sempre contar com meu apoio, meu carinho, minhas orações e meu amor por vocês.
    Que Deus continue a realizar milagres na vida de todos e principalmente na vida da Bruninha.
    Beijos

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