quinta-feira, 5 de julho de 2012

A fé é o alicerce que move a vida das pessoas. Acredite, sempre!
Hoje o dia foi estranho. Por vários motivos, mas especialmente pela lembrança daquela voz que me dizia calmamente no telefone: "O médico disse que estou com linfoma, que é um tipo de câncer." NUNCA queiram ouvir alguém que você ama dizendo isso, porque a simples lembrança desse momento ainda me dói no fundo da alma, me tira a força pra respirar. Há um ano atrás, só me lembro do choro e do pânico, do desespero, do medo, da incerteza. Daquela vontade doida de encontrar uma explicação para aquilo que era inexplicável: minha irmã estava com câncer. Estava. 
Que bom poder dizer ESTAVA um ano depois daquele dia horrível. Que bom poder olhar para trás e saber que tudo passou e que isso trouxe um aprendizado sem fim. Melhor ainda é poder olhar para a Bruna hoje e ver ela bem, vendendo saúde e beleza, começando a desenhar os primeiros penteados no cabelo que está crescendo novamente. 
É claro que o medo é assustador, mas dentro desse um ano, vivemos muitos momentos de paz, onde o coração batia calmo avisando que não passava de uma fase e que muitas pessoas boas estavam ao nosso lado. Sempre que eu olhar para essas pessoas, vou sentir meu coração batendo e agradecendo pelo simples olhar de força, de amizade, pelo abraço (mesmo que silencioso), pelas orações. Tantas pessoas com quem nós nem convivíamos direito e nos entregaram orações, disseram que fizeram promessas e que rezavam todos dias. Não tem nada melhor do que alguém te dar carinho quando você está triste.
Aos amigos que abriram mão da vaidade e se colocaram em um patamar de solidariedade raspando a cabeça, usando lenços. Como agradecer vocês?
Hoje faz um ano que a doença foi pré diagnosticada, no início. Um ano de muitas vitórias que hoje podemos comemorar juntos, cheios de saúde! 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

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Não sabia se queria continuar escrevendo aqui. Mas depois do que acabo de ler, sei que quero sim. 

Há alguns anos, conheci a história da Renata, uma mulher linda, forte, que luta contra o  Linfoma de Hodking, mesmo tipo de câncer que minha irmã venceu. 
Na região, não há como não conhecê-la. Além de lidar todos os dias com a doença, Renata tem forças o suficiente para ajudar outras pessoas através da campanhas para cadastramento de pessoas na doação de medula óssea. Nesses muitos doadores, só não teve ainda a felicidade de encontrar um doador compatível. 

Porém, a própria Renata acaba de me dizer que o INCA proibiu as campanhas para cadastramento de doadores. Como assim? Eu não estou entendendo mesmo o que está acontecendo. Como é que se proíbe uma campanha em favor da vida de milhares de pessoas?

Não pense que isso não tem a ver com você. TODOS NÓS estamos sujeitos a passar por isso a qualquer momento. Não há nada que nos proteja do câncer. Mas existem maneiras de aliviar o medo e a dor de quem tem a doença: SENDO SOLIDÁRIO! E eu sei que vocês que seguem o blog são muito solidários. Por isso eu vim pedir que vocês cliquem neste link aqui: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=372779282774972&id=146659712053598&notif_t=like e curtam, compartilhem, comentem. Precisamos que essa postagem gere um bom "bafafá" na internet para chamar a atenção do apresentador Luciano Huck. 

Pode parecer um jeito bobo de ajudar, mas não é! 

Conto com vocês, galera! 

sexta-feira, 30 de março de 2012

"E no final, tudo dá certo. Se não deu, é porque o fim ainda não chegou."

No dia da primeira postagem, fiquei imaginando se eu chegaria aqui, na última. O medo do desconhecido me assombrava e o medo da morte me olhava bem de perto. Por mais que fosse otimista, ver alguém da família receber um diagnóstico de câncer faz sim a morte passar pela sua cabeça. Imaginei qualquer coisa na minha vida, qualquer coisa mesmo. Menos que a minha irmã fosse ter câncer. Mas acho que a vida é isso aí mesmo... vem sempre pra contradizer as nossas "certezas" e mostrar que tudo pode ir além do que a gente achou que ia. Tudo vem pra fazer a gente entender que nem tudo é do jeito que a gente pensava que fosse, que mudar é sempre preciso e possível, que nem todo mundo que diz que te ama é realmente seu amigo e que as pessoas que dizem que amam você amam mesmo, e amam mais do que você pensava que amassem. 

Oito meses de tratamento que se encerram hoje. Oito meses de uma rotina diferente, muitas vezes dolorida, de distância, de choro, de raiva, de medo, de tristeza, de desânimo, mas que no final mostrou a cura, a superação magistral, espetacular, maravilhosa, inacreditável da Bruna. E eu tô tão feliz escrevendo isso aqui hoje, porque tantas coisas eu partilhei aqui e hoje tenho a graça de partilhar a vitória! 
Nunca mais, nunca mais mesmo a vida vai ter pra mim o mesmo significado. Foram meses de reflexão, de perguntas e de muitas respostas. Para as perguntas que não encontrei respostas, existe hoje uma coragem dentro de mim que vai me impulsionar a ir atrás e descobrir. E também criar novas questões, sempre!

Tantas manifestações, tanto carinho. Meu Deus, como agradecer às pessoas que rezaram, se preocuparam, sofreram junto? Como agradecer aos anjos que rasparam a cabeça em solidariedade a Bruna quando ela perdeu os cabelos? O que dizer agora para amigos que gravaram vídeos, tiraram fotos e publicaram, sem vergonha de exibir a careca? Não existe o que dizer. Muito obrigado chega a ser xingamento perto de tamanha gratidão. 

Não é possível citar nomes, mas algumas pessoas foram fundamentais para que a força não fosse embora. 
Pra minha família...
Para o Vanildo, que não me deixou hora nenhuma. 
Pro Tadeu, que foi peça chave nisso tudo.
Rafael, que dividiu um momento de graça comigo e fez promessas ali comigo, diante de Quem não nos abandonou em segundo nenhum.
Ao senhor Luis, dona Nilza, Matilinho, Rogério Freitas, Vicente, Rute que foram inexplicavelmente generosos.
Thiago Borba, autor do vídeo mais emocionante, que nos deu uma prova de amizade sem tamanho. 
A todos que rasparam a cabeça: Dani, Marco Mendonça, os meninos da sala, Gustavo, Mateus, enfim. 
Aos professores, tanto os meus quanto os da Bruna. Aos meus pela paciência, carinho e compreensão. Aos da Bruna pelo carinho, pelo amor, pela amizade, pela prontidão em ajudar. Não só aos professores, mas a todos os funcionários do Colégio Vencer. 
Aos meus colegas de faculdade que me abraçaram e arrancaram sorrisos quando eu estava pra baixo. 
A todos os meus amigos.
A Isabella, Didi e Paulo Afonso. 
Aos vicentinos de tantas cidades do Brasil que colocaram as orações da Bruna na rotina. 

Aos médicos, enfermeiros e funcionários do Centro Infantil Boldrini, em especial a Drª. Flávia. Ok, é bem provável que eles nem cheguem a ler isso, mas eu preciso dizer o quanto vocês são especiais, nota 1000000000 ! O dom que vocês tem não cura apenas o corpo físico, cura o coração! No ápice do desespero, encontrar profissionais iguais a vocês foi primordial. Pra sempre, vocês estarão no meu coração e nas minhas orações. 

Enfim, fica aqui esse agradecimento cheio de lágrimas e emoção a todos! E me desculpe se eu não citei alguém, não foi por esquecimento ou ingratidão. Todos vocês serão sempre lembrados com muito carinho.

As crianças e famílias que ainda seguem na luta, FORÇA! Vencer o câncer é possível! Dar a volta por cima com um sorriso no rosto e o coração cheio de esperança é possível! Vocês vão conseguir porque Deus jamais desampara quem Dele precisa. 

Hoje, fim das sessões de radioterapia. O que faltava para fechar. Agora, o acompanhamento que segue pelo resto da vida, mas tudo o que importa neste momento é que a Bruna não tem mais câncer! 

O blog não termina aqui. É uma vírgula, porque na verdade eu preciso respirar, esquecer que escrevi aqui coisas tão tristes, desesperadoras. Porém, eu vou continuar contando aqui histórias de superação de outras pessoas, seja no câncer ou em qualquer outra situação da vida. Quem sabe assim as pessoas entendam que o nosso problema é sempre muito pequeno perto do problema de outras pessoas e sorriam mais pra vida. 

Termino o meu último posto contando a história da Bruna com uma foto. Uma foto que simboliza a vitória e a saúde! 

Bui, te amo !



Até qualquer dia. 

domingo, 11 de março de 2012

Hoje, recuperei uma parte de mim

22 de julho de 2011: Estávamos em casa e a Bruna se arrumava para ir pro ENJOCCARC. Ela me pediu então para arrumar os cabelos dela, passar chapa. Eu fui, mas já sentia ali uma dor que me roeria por dentro muito mais intensamente dentro de algumas semanas. Ela ainda não tinha dado início às sessões de quimioterapia, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela perderia o cabelo e pensar nisso me deixava sem ar. Eu fiquei ali, passando a mão nos longos fios de cabelo e imaginando qual seria a reação dela quando eles começassem a cair. Três semanas depois, no episódio que descrevi aqui também, na casa do Daniel, naquele dia que eu nunca vou esquecer, pela gratidão e pela dor, quando amigos e o próprio Dani rasparam a cabeça, eu senti aquele aperto que tinha prevido. Conversei com a Bruna antes e perguntei se não seria melhor ela raspar a cabeça. O cabelo já tinha caído muito, acho que 70% dos fios já tinham ido embora e conviver com aquelas mexas que ainda permaneciam mal coladas na cabeça era triste demais. Nesse dia então, ela resolveu que ia se juntar aos colegas. Foi eu quem cortou a primeira mexa e jogou no chão como se jogasse ali um pedaço da alma, da alegria, da paz, do conforto, um pedaço do coração sempre com a oração: Jesus, tira dela e passa pra mim! A vontade de cair no choro era muita, mas existia ela ali, que precisava que aquele momento fosse o mais leve possível. Fixei meu olhar no Vanildo, que acima de tudo foi um grande companheiro e que fez a caridade de estar ali comigo também e enxerguei ali um olhar que me dizia: "-Você não pode chorar agora!" E eu engoli as lágrimas e todos ali entenderam que ela precisava de força. Foi então que o era pra ser uma cena que repetia o foi encenado em uma novela global (que fugiu o nome agora), se transformou em algo natural, leve. Nem parecia mais ser o que era. Vi minha irmã ficar careca quando só tinha 14 anos e uma adolescência cheia de vaidade pela frente.  Ao me lembrar disso agora, fico emocionada. Não imaginei chegar a esse momento agora, não imaginei estar aqui, de pé, firme, pra contar o decorrer dessa situação. Não imaginava que fosse poder contar tão breve o reverso dessa história. Raspei a cabeça da minha irmã, mas hoje eu escovei os cabelos dela de novo. Ainda não tão grandes, mas com tamanho suficiente pra escova correr e fazer um penteado moderninho. 
Pra quem não vê minha irmã há algum tempo, posso afirmar: ela nunca esteve tão linda! E cheia de vida, que é o mais importante. 
Quando passei a escova nela agora há pouco, recuperei aquela parte do meu coração que foi varrida com aqueles fios que um dia foram dela; recuperei o pedaço da alma e só me resta dizer: Obrigada, Deus!!!!

Essa postagem é pra desejar pra ela também um feliz aniversário! Que essa celebração de nascimento (e que nascimento) renove em você, Bruna, toda essa força que você descobriu e mostrou a todos nós nesse período de tratamento que está quase chegando ao fim. O aniversário é seu, mas somos nós que ganhamos um presente: você, a sua vida, o seu sorriso, sua saúde. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Finalmente postando!

Algumas pessoas vieram perguntar por que não estava postando mais. Mas a resposta é que a falta de tempo não deixou. E hoje, aqui estou eu!
Aliviada em alguns aspectos, mas tensa em outros. Como já havia falado por aqui, a Bruna foi internada com alguns sintomas não muito conhecidos. Depois disso, ficou no hospital por uma semana. Passou bem todos os dias, graças a Deus e recebeu alta sem maiores complicações. Alguns poucos dias depois, a equipe do hospital ligou e chamou para dar início as sessões de radioterapia. Como ela respondeu muito bem à quimioterapia, fará o mínimo de sessões de radio: 12 na região do pescoço e 12 no abdômen. A única coisa ruim do meio de tantas boas notícias é que ela ficará todo este período em Campinas com a minha mãe. Fica saudade, dor por ela estar longe do mundo dela, de tudo que ela gosta, da escola, das pessoas que ama. 
Tendo em vista tudo o que aconteceu, não há do que reclamar. Mas depois de meses de tratamento, fica um certo cansaço e uma vontade doida de que o tempo passe voando. 
Outra novidade que ainda não contei por aqui é de que os cabelos dela cresceram tanto e tão rápido que ela resolveu não usar lenços mais na cabeça. Em breve, muitos penteados modernos. :D
No mais é isso que queria dividir. Está tudo correndo muito bem! Mais uma vez, obrigada a todos pelo apoio e carinho de sempre.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Peço orações, peço boas vibrações!

Minhas últimas postagens por aqui foram de pura alegria, mas infelizmente hoje não há muito o que comemorar. A poucos dias de iniciar a radioterapia, a Bruna passou mal ontem e ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Uma dor no estômago que era aparentemente inofensiva, se transformou numa crise horrível de tremedeira. E algumas horas depois o resultado de um exame de sangue que levou meus pais pra Campinas no meio da madrugada.
Ainda não tenho notícias; tudo que sei é que ela segue internada no Boldrini. Mas peço orações, muitas orações. As mesmas orações que deram força pra ela durante todo este período.